RECONSTRUÇÃO DOS MUROS E PORTAS DE JERUSALÉM
RECONSTRUÇÃO DOS MUROS E PORTAS DE JERUSALÉM
“Como não estaria triste o meu rosto estando a cidade, o lugar
dos sepulcros de meus pais, assolada e tendo consumidas as suas portas a fogo?”
“Peço-te que me envies”.
Quando
o povo de Deus foi levado preso para Babilônia, pelo rei Nabucodonosor, por
causa dos seus pecados, a profecia dada através do profeta Jeremias determinou
o tempo de castigo de 70 anos. Daniel, o jovem servo de Deus, serviu ao
Senhor com inteira fidelidade e alcançou posição elevada no meio daquele povo.
Outros
servos permaneceram fiéis todo o tempo do exílio e quando os 70 anos
acabaram-se, Daniel já era idoso e orou para que o povo voltasse para sua
terra.
Esdras
era temente a Deus, era sacerdote e logo voltou levando uma boa parte de gente,
e o rei Ciro o ajudou, fazendo cumprir a ordem de Deus. Esdras, no capítulo 1
do seu livro, fala muito claro sobre isto e o capítulo 2 menciona os nomes de
todos que voltaram com Zorobabel e logo que se estabeleceram, levantaram o altar
para adorarem a Deus. O templo foi construído e a alegria do povo foi intensa.
No
capítulo 4, o inimigo se levantou furioso, mas os profetas exortaram o povo a
obedecer à voz do Senhor. É assim que caminha a Obra do Senhor.
Pois
bem, é nesta circunstância que aparece o nosso estudo, objetivando lembrar-nos
que todo serviço de Deus tem um fim proveitoso: nossa edificação espiritual,
nosso crescimento.
Neemias
servia ao rei como copeiro no palácio, mas seu coração estava não no palácio,
mas na Obra de Deus.
Capítulo
1 – ele descobre que o trabalho do templo estava bem, mas os muros e as portas de Jerusalém estavam queimadas a fogo. Que casa está segura
com os muros caídos e as portas queimadas?
foi
então que ele se entristeceu de tal modo, que o rei que nunca o havia visto
triste, perguntou-lhe qual a razão da sua tristeza? e sua resposta foi: “Porque
os muros estão destruídos, as portas queimadas e os sepulcros dos meus pais
assolados. Com a permissão do rei, Neemias é liberado para o trabalho duro de
reconstruir os muros e as portas. este trabalho é tipo da Obra de Deus, que se
faz no presente momento. Temos uma Obra a fazer e para que o servo viva as 10 portas em sua vida, ele enfrenta
lutas com inimigos que se levantam dentro de si para impedir a sua vitória
espiritual. Inicia-se a Obra.
Os
muros são para proteção, eles separam o que era da cidade do lado de fora,
donde vinha o perigo: os ataques do inimigo. É necessário o sentimento de
realidade na vida do povo, da cidade, das pessoas e esta realidade é entendida
por segurança e paz.
Deus
tem prometido por um muro de fogo ao redor do seu povo para protegê-lo.
O
Espírito Santo em nós é o fogo que protege e destrói o poder do mal. Se assim
não for, nãos nos enganemos, porque não estamos no Espírito. Muros ao redor
significam mais que proteção, significam aconchego e comunhão.
Na
reconstrução vemos os agrupamentos de servos em lugares diferentes, porém todos
trabalhando, todos querendo o mesmo. Um era responsável e toda equipe
obedecia, pois era orientação do Senhor.
Primeiro
– A porta das ovelhas ou do gado. Eliasibe era o responsável, seu nome
significa: Deus restaura.
Era
a pessoa certa, era sacerdote e entendia de rebanho. É uma lembrança do Senhor
Jesus e de todo o seu trabalho que é visto nesta grande Obra.
Jesus, o pastor quer
busca as ovelhas.
1ª Porta –
A PORTA DAS OVELHAS
Jesus,
o Pastor. Indica a cruz como primeiro ponto de partida. A convocação para o
trabalho se faz necessário, todos tem que vir a trabalhar.
I
Co 3: 8
– Mostra que ao fim da obra há um galardão e é individual.
Jo
10: 1-10 – O Senhor Jesus, portanto, é o Pastor, está cuidando das ovelhas,
para que o curral esteja protegido contra tudo que vem assustá-las e
destruí-las.
O
ladrão vem para roubar (a fé, o entusiasmo na obra, a comunhão); matar
(a vida espiritual oferecendo o veneno do mundo); destruir (lançar no
inferno).
Jesus,
o Bom Pastor, está tomando conta do seu rebanho: através do Espírito Santo,
orientando para que nossos muros e portões estejam reparados e fechados contra
o mal.
Eu sou a porta
Esta
parte do muro ia até a torre de MEAH,
que significa dos 100, como Jesus mencionou na parábola do aprisco que
tinha 100 ovelhas. Uma se perdeu, Ele foi buscá-la. Aquela ovelha
perdida era eu.
O
limite onde aquele grupo trabalhava até a Torre de HANANEEL, que significa aquele a quem Deus é gracioso.
Se
sou salvo, o limite veio a mim. Se você é salvo, veio a você. Se somos salvos, somos
o aprisco do Senhor.
2ª Porta –
A PORTA DO PEIXE
Mc
1: 17
– “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens”.
A
Porta do Peixe era onde havia um mercado de peixes, e os pescadores os traziam
para ali os venderem. A cidade precisava do peixe, era alimento e a porta
precisava ser reparada. Estabelece-se a realidade de que depois de salvos,
agregados ao aprisco do Senhor, temos que cuidar de salvar almas.
Assim
o Senhor fez, salvou seus servos e chamou-os para serem pescadores de homens.
Edificaram
os filhos de Sena, que significa erguer,
levantar. Uma obra sem salvação é caída, não presta.
Os
que colocaram fechaduras e ferrolhos foram: Meremote (forte), Mesulão
(reparador) e Zadoque – Sadik
(justo).
No
verso 5, há uma observação: os tecoitas trabalharam, porém os seus nobres não
meteram o seu pescoço a serviço do Senhor. Deus vê tudo, e tudo será galardoado.
Quem são os nobres, neste caso? Aqueles que são nascidos em lares de servos,
conhecem a Palavra desde cedo, pertencem à Igreja, mas não querem pescar os
peixes, não se interessam pela evangelização tão bem vista nesta porta.
outros
vêm do mundo e logo se entrosam no trabalho do Senhor.
Deus
está vendo tudo e no dia certo, tais vidas serão reprovadas na sua presença.
3ª Porta –
A PORTA VELHA
Ne
3: 6- 12
– fala da Eternidade.
Hb
13: 8
– Jesus é o mesmo ontem, hoje e para sempre.
Jr
31: 38 – Fala da porta de esquina, a mesma porta velha. Quando José perguntou
se o velho pai ainda vivia, ele queria saber do relacionamento
deles com o Pai. Jesus é esta Porta Velha, porque Ele é eterno. assim é visto
com seus cabelos brancos no Apocalipse. Nesta Eternidade, nesta porta
tudo foi acertado entre o Pai e o Filho, para nossa salvação.
Ct
4:6
– Tomaram parte neste trabalho: Joiada, cujo significado é: O Senhor Conhece. Não foi sem propósito
a escolha de alguém com este nome. O Senhor conhece tudo porque Ele é eterno.
Gibeonitas
(admitidos por falha de Josué, mas aproveitaram a graça imerecida, tipos do
pecador, nós que somos admitidos na eternidade por Jesus).
Filhas
de Salum – Mulheres no campo pesado de trabalho. Salum não tinha filhos, só
filhas e Deus as aceitou na obra. Outros trabalharam na reconstrução desta
porta.
4ª Porta –
PORTA DO VALE (Humildade)
Ne
3: 13
– Filipenses 2: 6-8 – Esta porta do Vale, da humildade, fala do lugar que o
Senhor Jesus tomou pelos pecadores. Ele humilhou-se até a morte e morte de
cruz, tornando-se maldição por nós. Esta porta tem que ser restaurada na vida
do servo de Deus ou ele não tem lugar na Obra. A Obra de Deus não tem lugar
para orgulhosos, mas para os obedientes, os que se humilham perante
Deus.
Hanun – Gracioso – foi o responsável.
Portas com fechaduras e ferrolhos colocados. É necessário muita vigilância, o
inimigo quer sempre colocar arrogância, presunção nos que trabalham, é preciso
ter bem fechado este portão. Um servo orgulhoso é a presa mais fácil para o
inimigo derrubar. A Porta do Vale, da humildade tem que ser restaurada.
O
orgulho não reconhece autoridade, ser gracioso para com Deus é ser humilde. Ao
humilde Ele, o Senhor exalta, mas o orgulhoso Ele abate.
5ª Porta -
PORTA DO MONTURO
Era
a porta usada para levar o lixo para fora da cidade. Jesus reparou esta porta
em nós levando nosso lixo, nosso pecado fora da cidade, fora de Jerusalém no
calvário.
Tudo
que é sujo em nossa vida, tudo que contamina, tem que ser escoado, tirado
completamente e diariamente, porque lixo não pode acumular.
I
Jo 1: 7
– "O sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o
pecado".
Malaquias filho de Recabe foi
o reparador. Ele pertencia à família dos recabitas que o Senhor usou para
mostrar obediência e servir de exemplo
ao povo de Jerusalém.
Era
o maioral da cidade. Se esta porta em nossa vida não for restaurada Deus não
pode operar.
I
Pe 1: 15-17: 4: 3-5.
6ª Porta -
PORTA DA FONTE
João
4: 6-15 – A Porta da Fonte é tipificada na Água Viva. Água oferecida por
Jesus à mulher samaritana. Só depois de sair o lixo da nossa vida, é que a
Porta da Fonte vai poder produzir a Água
Viva. É tipo, portanto, do Espírito santo. Foi reparada por Salum, que
significa "Paz".
A
mulher samaritana tinha uma vida que era um monturo, mas Jesus a purificou. Ela
aceitou e Ele ofereceu água viva da qual esta porta é tipo.
Vejamos,
pois, alguns significados: Salum – Paz
Colhoze – O santo Vidente
Mispah – Vigia
Os
homens acima mencionados eram os construtores desta porta. Isto nos mostra que:
Paz (Salum) haverá através do servo que, em santidade (Colhoze) vive a Profecia
e vigia (Mispah), assim é que Deus edifica sua Obra. É a porta mais vigiada em
termos de reparação, muito trabalho, muita gente, muita vigilância.
7ª Porta -
PORTA DAS ÁGUAS
É ligada à Porta da Fonte, porque o Senhor Jesus, tanto é a Fonte,
a origem, o nascedouro da Água, como a própria água.
Jo 3: 5; 7: 35; 5: 26.
Ofel é a
palavra em destaque, significa Lugar Alto, arredondado, indicando altura
como limite desta porta. Jesus é do alto, do alto veio e do alto vem a água
oferecida. Jo 7: 33 – voltarei para aquele que me enviou (veio do Pai).
A Palavra não dá nome de homem algum a reparar esta porta.
Diz que os Netinis (que eram servidores do templo) habitavam em
Ofel e os tecoítas reparavam. Dois grupos sem nome específico, mostrando ser
uma obra ligada diretamente ao Espírito Santo prometido pelo Senhor, para
batizar seus servos – Pentecostes.
Após derramar o Espírito Santo, a Palavra é revelada e edifica
aqueles que estão perto e se curvam a
ela. O homem não edifica a Obra de Deus, e sim o Espírito Santo.
Ofel é o
limite registrado no começo e no fim, vem do alto. A Palavra dispensa o homem.
8ª Porta -
PORTA DOS CAVALOS
Ne 3: 8 – Jer 31:
40 – Ef 6: 10-18
É por onde entravam a cavalo os homens que iam à guerra. Voltar
derrotado era triste, mas voltar com a vitória era alegria. Dá portanto a
entender Guerra e Vitória.
Na
guerra contra as trevas o povo de Deus está envolvido e tem que passar por esta
porta. Porta caída indica derrota, Porta erguida, mostra a
vitória dos valorosos.
Cant
3: 8 – "Todos armados de espadas, destros para a guerra, cada um com sua
espada na cinta por causa dos temores noturnos".
A
porta da Vitória tem que estar restaurada. Os Sacerdotes a repararam. Hoje
somos sacerdotes de Deus e a nós, cada um, cabe manter esta porta da Vitória em
sua própria vida. A Obra de Deus não comporta servo derrotado. Vivemos de
Vitória em Vitória.
9ª Porta -
PORTA ORIENTAL
Luc 2: 79 – "Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus,
com que do Oriente do alto nos visitou".
Ez 44: 1-2 – "Então levou-me à porta, a porta que olha para o
caminho do oriente e eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do
Oriente e a sua voz era como a voz de muitas águas".
De Ezequiel sabemos que a Shequina
– a glória – deixou a porta Oriental para depois brilhar no milênio, quando o
Senhor Jesus estará novamente reinando neste mundo.
No templo que será em Jerusalém, o Senhor se sentará no Trono de
Davi e reinará para todo sempre.
A Porta Oriental olha para o Sol nascente, portanto é do Senhor
Jesus que ela trata.
Ele voltará e, por isso, a igreja se identifica mais e mais com
Ele e se prepara para a segunda vinda. Se esta porta não for restaurada, não há
como passar por ela. Seconias era o guarda desta porta, seu nome significa Habitação
do Senhor.
Quando o Senhor vier, governará com vara de ferro: O juízo será
estabelecedo.
10ª Porta -
PORTA DE MIFCADE
Era também conhecida
como A Porta do Ouro.
Malaquias significa Jeová é Rei, foi o responsável
pela reparação desta porta; ele era filho do ourives.
Era o lugar onde os juízes sentavam, discutiam e julgavam os
problemas.
Fala do julgamento do tribunal de Cristo.
I Co 3 – Sl 122: 7
Interessante é notar em Neemias 3: 22 - último verso – a ligação
entre esta última porta e a primeira, a das ovelhas ou do gado.
O início de uma caminhada, quando primeiro somos redimidos,
salvos, no aprisco do Senhor e continuaremos na caminhada até chegarmos ao
Tribunal de Cristo, quando receberemos dele os galardões pelo trabalho feito.
Resumindo, em tudo vemos a caminhada percorrida. O muro circunda,
protege as portas, com seus ferrolhos fecha tudo, não permitindo a entrada do
adversário.
CONCLUSÃO
Neemias 3
v.
1 – Porta do Gado – A cruz como
ponto de partida
v.
3-5 – Porta do Peixe – Serviço (vida
eterna)
v.
6-12 – Porta Velha – Jesus como
Senhor Eterno
v.
13 – Porta do Vale – Humildade
v.
14 – Porta do Monturo – Limpeza,
santificação
v.
15-25 – Porta da Fonte –
Pentecostes, Plenitude do Espírito Santo
v.
26-27 – Porta da Água – Palavra de
Deus
v.
28 – Porta do Cavalo – Guerra e
Vitória
v.
29 – Porta Oriental – Vinda do
Senhor
v.
32 – Porta do Ouro – Julgamento de
Cristo
ORIENTAÇÕES PARA UMA PREGAÇÃO
ORIENTAÇÃO PARA UMA PREGAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
“Pregar” significa “trazer uma mensagem”, “anunciar”, “ensinar uma doutrina”, “proclamar”.
Neste estudo procuramos fornecer algumas orientações práticas para a pregação na forma de discurso, ou seja, um orador ( pregador ) trazendo uma mensagem a um grupo de pessoas.
2. A PASSAGEM BÍBLICA
Paulo pregou a PALAVRA DE DEUS ( I Tes. 2:13 ).
JESUS CRISTO pregou a PALAVRA DE DEUS (Lc.5:1).
Portanto a PALAVRA DE DEUS é o assunto da pregação.
Outros textos:
Lc.8:5 e 11, At.4:31, 13:4 e 5, Ef.6:17, I Pe.1:23.
Além disso a mensagem deve ser pregada com o poder do ESPÍRITO SANTO ( I Co.2:4). O pregador depende do ESPÍRITO SANTO durante a mensagem e antes, ao prepará-la.
3. ESCOLHA DA MENSAGEM
a . Orar pedindo ao Senhor a mensagem.
b. Consultar ao Senhor sobre o texto a pregar. O Senhor pode revelar o texto ou pode revelar o assunto. Obs.: - Consultar ao Senhor não quer dizer que se deva abrir a Bíblia em qualquer lugar e pregar neste texto.
c. Pregar em um só texto, não utilizando várias passagens. Isto evitará que o pregador se confunda ou se contradiga , e o povo se esqueça do que foi dito. Nada impede que o pregador cite , brevemente, e de cor, outras passagens bíblicas, se for o caso.
d. O texto não deve ser muito longo. Nunca se deve deixar o povo em pé lendo uma passagem enorme e no final, nem sequer pregar no que foi lido.
e. Evitar ler um texto e pregar em outro - uso do texto por pretexto.
f. O texto deve ser apropriado para a mensagem e a ocasião. Evitar textos difíceis de explicar. Se o pregador for inexperiente, convém evitar assuntos polêmicos e doutrinas demasiadamente complexas.
g. Antes de dar início a pregação, é importante que o pregador leia para si, atenta e cuidadosamente, o texto e o contexto (o que vem antes e depois do texto). Isto evitará que se diga algo errado (por exemplo, “ os três reis magos”, “Paulo caiu do cavalo”, “Moisés não morreu”, etc.).
h. O pregador deve pedir ao Senhor assuntos novos para pregar, a fim de evitar um erro muito comum: não importa qual o texto lido, a mensagem é sempre a mesma.
4. ALVO DA MENSAGEM
Toda mensagem deve ter um ALVO. O alvo é o objetivo da mensagem, o que se pretende ensinar, transmitir, o efeito que se espera produzir no coração dos ouvintes.
A finalidade da pregação é a mudança de vidas (incluindo a do pregador).
Toda mensagem deve ser desenvolvida procurando atingir o alvo escolhido. Com isto, a mensagem fica atraente e o ouvinte entende aonde o pregador quis chegar com o que foi dito.
A finalidade da mensagem para o não convertido é QUE SE CONVERTA.
A finalidade da mensagem para o crente é QUE CRESÇA.
Como regra geral, a mensagem deve ter:
a. UM SÓ ALVO
O alvo da mensagem deve ser prático e claro.
1) Prático: assegurar-se que ele é uma chamada à ação, isto é, leve o ouvinte a obedecer a uma verdade expressa na Palavra.
2) Claro: ele precisa ser um só e bem definido.
b. EXPLICAR E APLICAR
A mensagem tem duas etapas: explicar e aplicar.
1) EXPLICAR
O pregador, lido o texto, deve explicar ao público ouvinte as partes não claras (palavras difíceis, termos técnicos, circunstâncias daquele tempo, costumes relacionados ) Exemplos: Lendo Lc. 10:25-37, (Parábola do Bom Samaritano), explicar o que era um levita, um sacerdote, um samaritano, a rivalidade entre judeus e samaritanos, etc,
Certas explicações podem ser desnecessárias, dependendo dos ouvintes.
2) APLICAR
Explicando o texto, passa-se à parte mais importante: a aplicação.
Três erros devem ser evitados:
a) Aplicar de forma vaga. Ex.: “Devemos ser melhores crentes”. Melhor como?
b) Aplicar de forma contraditória. Ex.: “Jesus é maravilhoso, mas o Adversário é astuto”. A primeira declaração foi anulada pela segunda.
c) Aplicar de forma negativa. Ex.: “Esta igreja não tem amor”.
Na aplicação, os pontos importantes devem ser repetidos brevemente para que o povo guarde o que foi dito.
5. O USO DE ILUSTRAÇÕES
As ilustrações servem para interessar e esclarecer.
Jesus usou muitas ilustrações, nas parábolas e nas declarações.
Há dois tipos de ilustrações:
a. Comparação: Pela semelhança do que se tem a dizer com algum fato, verídico ou não.
b. Caso concreto: Por exemplo, a paciência de Jó, a fé de Elias, a obediência de Abraão, etc. Também podem ser contadas experiências.
6. CUIDADOS A OBSERVAR NO USO DE ILUSTRAÇÕES:
a. Não deve ser a parte principal (muitas ilustrações e por muito tempo);
b. Não usar ilustrações sem substância;
c. Não usar ilustrações fora do contexto da mensagem;
d. Evitar contar experiências negativas (pessoas desviadas, feitos do Adversário, etc.).
7. FONTES DE ILUSTRAÇÕES
A Bíblia, meios de comunicação, livros, experiência pessoal, vida diária.
8. A INTRODUÇÃO E A CONCLUSÃO
A mensagem consta de três partes: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. Estas três partes podem ser comparadas ao vôo de um avião: Introdução = decolagem, Desenvolvimento = vôo, Conclusão = pouso. Na viagem de avião, a decolagem e o pouso são os momentos que mais exigem atenção do piloto. Da mesma forma, a introdução e a conclusão numa mensagem exigem muita atenção do pregador.
a. A INTRODUÇÃO
É a parte da mensagem em que se apresenta o assunto a ser tratado. Deve procurar chamar a atenção da assistência logo nesta parte e mantê-la presa até o final da mensagem. O pregador deve procurar transmitir uma seqüência ordenada de idéias que o ouvinte poderá acompanhar até a conclusão final da mensagem.
Para chamar a atenção da assistência é preciso despertar o interesse para o que for dito. Para isto podemos:
1) Lançar algumas perguntas. O pregador chama a atenção do ouvinte despertando-lhe a curiosidade por meio de perguntas. Evidentemente durante a mensagem as perguntas deverão ser respondidas com a explicação do pregador dentro do texto lido.
2) Apresentar o contraste entre a opinião popular e o texto lido, ou também entre religião e Obra. Por exemplo: Texto Jo.: 1:11-13; “Muitos dizem: Todos são filhos de Deus. Porém, não é o que a Bíblia afirma.”
3) Mostrar o valor prático do que vai ser dito. Em outras palavras: - Para que serve isto?
b. A CONCLUSÃO
A conclusão é o desfecho da mensagem. Uma das falhas mais comuns que os pregadores cometem na conclusão das mensagens é a de ficar dando voltas e voltas sobre a mesma matéria até que o tempo se esgote.
Terminada a exposição do tema, uma forma de se concluir a mensagem é convidar ou exortar a assistência para obedecer aquilo que foi explicado. A conclusão deve ter relação com o ALVO da mensagem. Não pedir para a congregação ficar em pé e reprisar novamente o que foi dito. Evitar também falar algo negativo no final. A mensagem deve terminar com palavras de alegria, louvor, triunfo, glorificação, uma vez que sempre, a última impressão é a que permanece.
9. PREPARAÇÃO DA MENSAGEM
Quando se fala em preparação, não quer dizer que se deva ler ou decorar a mensagem, evidentemente. No entanto, o pregador deve ir à frente da assistência sabendo o que vai dizer.
10. ORIENTAÇÕES PARA A PREPARAÇÃO
a. Levar a Bíblia para o púlpito com um marcador de páginas no texto a ser lido.
b. Guardar na mente os pontos principais da mensagem.
c. Se for uma mensagem mais complexa, o pregador pode fazer breves anotações em uma folha de papel do tamanho ou menor que a Bíblia, para ajudá-lo a se lembrar dos pontos principais da mensagem. Durante a mensagem, o pregador desenvolverá os pontos principais anotados na folha de papel. É conveniente, ao ler a Bíblia, e mais tarde, meditando sobre ela, anotar imediatamente alguma revelação que se tiver. Futuramente, aquela revelação poderá ser utilizada em alguma mensagem.
d. É sábio, recebida uma revelação do Senhor sobre um texto ou assunto da Bíblia, não pregar nela imediatamente. É melhor deixar que a mensagem amadureça, crie forma, se desenvolva na mente e no coração antes de pregar. Pregar uma revelação antes da hora é “abortar” a revelação.
e. A preparação inclui determinar a ordem em que os pontos da mensagem serão transmitidos. A regra prática para isto é a seguinte: - Partir do revelado para o desconhecido.
f. Pode ser útil a consulta a um dicionário bíblico, um mapa, uma Bíblia em outra versão ou idioma, para ajudar o pregador a explicar o texto escolhido.
11. TIPOS DE MENSAGEM
a. TEXTUAL: - mensagem baseada na divisão do texto.
b. TÓPICA: - mensagem baseada na divisão do assunto.
c. EXPOSITIVA: - mensagem mais ou menos livre, sem uma divisão muito nítida de suas partes.
12. PREPARAÇÃO DO PREGADOR
A preparação do pregador inclui a oração, o jejum e a aplicação da mensagem à sua própria vida.
Três atitudes do pregador podem estragar a pregação:
- Confiar em si próprio e não depender do Espírito Santo.
- Procurar a sua própria glória e não a do Senhor.
- Contradizer o que foi pregado com sua própria vida (mensagem “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”).
Após a entrega da mensagem existem duas reações possíveis que são comuns ao pregador e que são perigosas, devendo ser evitadas.
- Sentir-se orgulhoso (“que bela mensagem eu preguei”);
- Sentir-se fracassado (“que mensagem horrível eu preguei! Como me saí mal!”).
13. PREGANDO A MENSAGEM
a. VOZ
A voz na entrega da mensagem deve ser natural, apenas em ritmo um pouco mais lento e em tom um pouco mais alto do que numa palestra comum. Evitar a voz gritada, tremida, artificial.
b. GESTOS
Já disse alguém: o corpo fala. Portanto é natural fazer alguns gestos. No entanto não se deve exagerar, movendo freneticamente os braços, fazer caretas, contorcer o corpo, etc. No início da mensagem não deve haver gesto nenhum e uma atitude serena, calma, digna.
c. FISIONOMIA
Nem rosto aberto em sorriso (dá idéia de leviandade), nem fisionomia fechada e carrancuda (faz lembrar ameaça).
d. APARÊNCIA
A aparência de quem fala deve ser agradável. É sábio vestir-se um pouco melhor do que a média da congregação (nem mal vestido, nem vestido com excessivo luxo numa congregação humilde).
e. RESPIRAÇÃO
O pregador deve dividir as pausas de acordo com os movimentos da respiração. A mensagem de um pregador que não sabe respirar cansa os ouvintes. Convém utilizar períodos curtos quando se fala. Período é uma série de palavras que encerram uma idéia completa e que, quando escritas, terminam com um ponto final. O ponto final equivale a uma pausa para inspirar. Evitar emendar todas as idéias da mensagem com “e”, “mas”, “porém”, etc., ou ainda, inspirar no meio de uma palavra.
f. VELOCIDADE
Não se deve falar nem muito depressa (cansa e dificulta a compreensão) e nem muito devagar, com longas pausas (fica monótono). O mais natural é variar a velocidade no falar, ou seja, falando mais rapidamente as palavras de importância secundária e mais devagar as idéias a acentuar ou destacar.
g. TOM DE VOZ
Variar o tom da voz. Deve ser mais grave nas partes sérias, solenes, tristes e mais aguda, nas partes alegres.
h. VOLUME DE VOZ
Evitar extremos: gritar ou falar muito baixo. As idéias a destacar são pronunciadas em volume de voz mais alto, para chamar a atenção do ouvinte. A aplicação da mensagem deve ser feita com voz mais alta que a explicação.
i. OLHAR
Não ficar olhando para as mãos, para a janela, para o teto, ou ficar arqueado sobre a Bíblia (a congregação instintivamente olha para onde o pregador estiver olhando, provocando distração). O pregador deve pregar voltado para o público. Jamais ficar meio de lado (como se estivesse com vergonha ou com medo). Se for um diácono ou obreiro não pregar voltado para o pastor presente, como se implorasse licença ou aprovação. O mais natural é olhar para o público de frente e, vez por outra, olhar para a Bíblia aberta no texto a pregar (que, aliás, não deve ser fechada depois da leitura).
j. NERVOSISMO
O nervosismo é natural, mesmo em pregadores experientes. O pregador deve demonstrar segurança, uma vez que traz a mensagem do Rei. Não deve ficar balbuciando desculpas ou pedindo licença para a congregação.
l. LEITURA DO TEXTO
- Saudar com a paz do Senhor
- Pedir para o povo ficar em pé (caso ainda não esteja)
- Dar a referência e esperar pacientemente o povo encontrar o texto (às vezes é bom explicar como achá-lo)
- Ler o texto de forma pausada para que todos acompanhem.
Depois da leitura o pregador pode orar ou pedir para uma pessoa orar.
m. ERROS A EVITAR
Uso de gírias, palavras e expressões vulgares;
Falar de certos pecados (Ef.: 5:11,12), nome e feitos do Adversário;
Entrar em certas doutrinas complexas e controvertidas. Expor teologia;
Cacoetes, tiques, gestos repetidos (mexer na gravata, coçar o nariz, puxar a aliança), Expressões repetidas (“né”, “glória Jesus”, “na verdade”, “na realidade”), palavras pronunciadas erradamente, enfiar a mão no bolso, etc.;
Gritar, socar o púlpito, bater o pé no chão;
Criticar igrejas e pessoas;
Falar de política, criticar o governo;
Pregação dirigida (aproveitar o púlpito para atacar alguém);
Citar nomes de pessoas, mesmo que elogiosamente. Falar muito de si mesmo;
Demonstrar cultura, deixando pouco espaço para a Palavra de Deus;
Uso de palavras difíceis (auscultar, prescípuo, canícula), expressões que ninguém entende, latinório (“ex catedra”, “errare humanum est”, “dura lex ced lex”);
Agredir a congregação, fazer acusações. Falar com raiva e com voz áspera (palavra cortante como navalha);
Usar o púlpito para defender uma interpretação particular sobre doutrina estranha à Obra;
Apresentar-se despenteado, com a barba por fazer, com roupas amassadas ou sujas. Ir ao púlpito sem paletó e gravata;
Falar de fracassos pessoais;
Demostrar emocionalismo exagerado (chorar, falar em línguas em vez de pregar, etc.);
Usar humor de mau gosto, irreverente ou fora de propósito da mensagem.
14. NOTA FINAL:
Todas as orientações aqui presentes visam ajudar os irmãos que pregam. Por si só não farão de ninguém bons pregadores. Somente será possível aprender de fato a pregar, pregando. Quanto ao resultado espiritual daquilo que se prega, somente poderá ser obtido por uma vida na presença do Senhor.
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