ORIENTAÇÕES PARA UMA PREGAÇÃO






                  


ORIENTAÇÃO PARA UMA PREGAÇÃO

1. INTRODUÇÃO
“Pregar” significa “trazer uma mensagem”, “anunciar”, “ensinar uma doutrina”, “proclamar”.
Neste estudo procuramos fornecer algumas orientações práticas para a pregação na forma de discurso, ou seja, um orador ( pregador ) trazendo uma mensagem a um grupo de pessoas.

2. A PASSAGEM BÍBLICA
Paulo pregou a PALAVRA DE DEUS ( I Tes. 2:13 ).
JESUS CRISTO pregou a PALAVRA DE DEUS (Lc.5:1).
Portanto a PALAVRA DE DEUS é o assunto da pregação.
Outros textos:
Lc.8:5 e 11, At.4:31, 13:4 e 5, Ef.6:17, I Pe.1:23.
Além disso a mensagem deve ser pregada com o poder do ESPÍRITO SANTO ( I Co.2:4). O pregador depende do ESPÍRITO SANTO durante a mensagem e antes, ao prepará-la.

3. ESCOLHA DA MENSAGEM
a . Orar pedindo ao Senhor a mensagem.
b. Consultar ao Senhor sobre o texto a pregar. O Senhor pode revelar o texto ou pode revelar o assunto. Obs.: - Consultar ao Senhor não quer dizer que se deva abrir a Bíblia em qualquer lugar e pregar neste texto.
c. Pregar em um só texto, não utilizando várias passagens. Isto evitará que o pregador se confunda ou se contradiga , e o povo se esqueça do que foi dito. Nada impede que o pregador cite , brevemente, e de cor, outras passagens bíblicas, se for o caso.
d. O texto não deve ser muito longo. Nunca se deve deixar o povo em pé lendo uma passagem enorme e no final, nem sequer pregar no que foi lido.
e. Evitar  ler um texto e pregar em outro - uso do texto por pretexto.
f. O texto deve ser apropriado para a mensagem e a ocasião. Evitar textos difíceis de explicar. Se o pregador for inexperiente, convém evitar assuntos polêmicos e doutrinas demasiadamente complexas.
g. Antes de dar início a pregação, é importante que o pregador leia para si, atenta e cuidadosamente, o texto e o contexto (o que vem antes e depois do texto). Isto evitará que se diga algo errado (por exemplo, “ os três reis magos”, “Paulo caiu do cavalo”, “Moisés não morreu”, etc.).
h. O pregador deve pedir ao Senhor assuntos novos para pregar, a fim de evitar um erro muito comum: não importa qual o texto lido, a mensagem é sempre a mesma.




4. ALVO DA MENSAGEM
Toda mensagem  deve ter um ALVO. O alvo é o objetivo da mensagem, o que se pretende ensinar, transmitir, o efeito que se espera produzir no coração dos ouvintes.
A finalidade da pregação é a mudança de vidas (incluindo a do pregador).
Toda mensagem deve ser desenvolvida procurando atingir o alvo escolhido. Com isto, a mensagem fica atraente e o ouvinte entende aonde o pregador quis chegar com o que foi dito.
A finalidade da mensagem para o não convertido é QUE SE CONVERTA.
A finalidade da mensagem para o crente é QUE CRESÇA.
Como regra geral, a mensagem deve ter:
a. UM SÓ ALVO
O alvo da mensagem deve ser prático e claro.
1) Prático: assegurar-se que ele é uma chamada à ação, isto é, leve o ouvinte a obedecer a uma verdade expressa na Palavra.
2) Claro: ele precisa ser um só  e bem definido.
b. EXPLICAR E APLICAR
A mensagem tem duas etapas: explicar e aplicar.
1) EXPLICAR
O pregador, lido o texto, deve explicar ao público ouvinte as partes não claras (palavras difíceis, termos técnicos, circunstâncias daquele tempo, costumes relacionados ) Exemplos: Lendo Lc. 10:25-37, (Parábola do Bom Samaritano), explicar o que era um levita, um sacerdote, um samaritano, a rivalidade entre judeus e samaritanos, etc,
Certas explicações podem ser desnecessárias, dependendo dos ouvintes.
2) APLICAR
Explicando o texto, passa-se à parte mais importante: a aplicação.
Três erros devem ser evitados:
a) Aplicar de forma vaga. Ex.: “Devemos ser melhores crentes”. Melhor como?
b) Aplicar de forma contraditória. Ex.: “Jesus é maravilhoso, mas o Adversário é astuto”. A primeira declaração foi anulada pela segunda.
c) Aplicar de forma negativa. Ex.: “Esta igreja não tem amor”.
Na aplicação, os pontos importantes devem ser repetidos brevemente para que o povo guarde o que foi dito.

5. O USO DE ILUSTRAÇÕES
As ilustrações servem para interessar e esclarecer.
Jesus usou muitas ilustrações, nas parábolas e nas declarações.
Há dois tipos de ilustrações:
a. Comparação: Pela semelhança do que se tem a dizer com algum fato, verídico ou não.
b. Caso concreto: Por exemplo, a paciência de Jó, a fé de Elias, a obediência de Abraão, etc. Também podem ser contadas experiências.


6. CUIDADOS A OBSERVAR NO USO DE ILUSTRAÇÕES:
a. Não deve ser a parte principal (muitas ilustrações e por muito tempo);
b. Não usar ilustrações sem substância;
c. Não usar ilustrações fora do contexto da mensagem;
d. Evitar contar experiências negativas (pessoas desviadas, feitos do Adversário, etc.).

7. FONTES DE ILUSTRAÇÕES
A Bíblia, meios de comunicação, livros, experiência pessoal, vida diária.

8. A INTRODUÇÃO E A CONCLUSÃO
A mensagem consta de três partes: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. Estas três partes podem ser comparadas ao vôo de um avião: Introdução = decolagem, Desenvolvimento = vôo, Conclusão = pouso. Na viagem de avião, a decolagem e o pouso são os momentos que mais exigem atenção do piloto. Da mesma forma, a introdução e a conclusão numa mensagem exigem muita atenção do pregador.

a. A INTRODUÇÃO
É a parte da mensagem em que se apresenta o assunto a ser tratado. Deve procurar chamar a atenção da assistência logo nesta parte e mantê-la presa até o final da mensagem. O pregador deve procurar transmitir uma seqüência ordenada de idéias que o ouvinte poderá acompanhar até a conclusão final da mensagem.
Para chamar a atenção da assistência é preciso despertar o interesse para o que for dito. Para isto podemos:
1) Lançar algumas perguntas. O pregador chama a atenção do ouvinte despertando-lhe a curiosidade por meio de perguntas. Evidentemente durante a mensagem as perguntas deverão ser respondidas com a explicação do pregador dentro do texto lido.
2) Apresentar o contraste entre a opinião popular e o texto lido, ou também entre religião e Obra. Por exemplo: Texto Jo.: 1:11-13; “Muitos dizem: Todos são filhos de Deus. Porém, não é  o que a Bíblia afirma.”
3) Mostrar o valor prático do que vai ser dito. Em outras palavras: - Para que serve isto?
b. A CONCLUSÃO
A conclusão é o desfecho da mensagem. Uma das falhas mais comuns que os pregadores cometem na conclusão das mensagens é a de ficar dando voltas e voltas sobre a mesma matéria  até que o tempo se esgote.
Terminada a exposição do tema, uma forma de se concluir a mensagem é convidar ou exortar a assistência para obedecer aquilo que foi explicado. A conclusão deve ter  relação com o ALVO da mensagem. Não pedir para a congregação ficar em pé e reprisar novamente o que foi dito. Evitar também falar algo negativo no final. A mensagem deve terminar com palavras de alegria, louvor, triunfo, glorificação, uma vez que sempre, a última impressão é a que permanece.

9. PREPARAÇÃO DA MENSAGEM
Quando se fala em preparação, não quer dizer que se deva ler ou decorar a mensagem, evidentemente. No entanto, o pregador deve ir à frente da assistência sabendo o que vai dizer.

10. ORIENTAÇÕES PARA A PREPARAÇÃO
a. Levar a Bíblia para o púlpito com um marcador de páginas no texto a ser lido.
b. Guardar na mente os pontos principais da mensagem.
c. Se for uma mensagem mais complexa, o pregador pode fazer breves anotações em uma folha de papel do tamanho ou menor que a Bíblia, para ajudá-lo a se lembrar dos pontos principais da mensagem. Durante a mensagem, o pregador desenvolverá os pontos principais anotados na folha de papel. É conveniente, ao ler a Bíblia, e mais tarde, meditando sobre ela, anotar imediatamente alguma revelação que se tiver. Futuramente, aquela revelação poderá ser utilizada em alguma mensagem.
d. É sábio, recebida uma revelação do Senhor sobre um texto ou assunto da Bíblia, não pregar nela imediatamente. É melhor deixar que a mensagem amadureça, crie forma, se desenvolva na mente e no coração antes de pregar. Pregar uma revelação antes da hora é “abortar” a revelação.
e. A preparação inclui determinar a ordem em que os pontos da mensagem serão transmitidos. A regra prática para isto é a seguinte: - Partir do revelado para o desconhecido.
f. Pode ser útil a consulta a um dicionário bíblico, um mapa, uma Bíblia em outra versão ou idioma, para ajudar o pregador a explicar o texto escolhido.

11. TIPOS DE MENSAGEM
a. TEXTUAL: - mensagem baseada na divisão do texto.
b. TÓPICA: - mensagem baseada na divisão do assunto.
c. EXPOSITIVA: - mensagem mais ou menos livre, sem uma divisão muito nítida de suas partes.

12. PREPARAÇÃO DO PREGADOR
A preparação do pregador inclui a oração, o jejum e a aplicação da mensagem à sua própria vida.
Três atitudes do pregador podem estragar a pregação:
- Confiar em si próprio e não depender do Espírito Santo.
- Procurar a sua própria glória e não a do Senhor.
- Contradizer o que foi pregado com sua própria vida (mensagem “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”).
Após a entrega da mensagem existem duas reações possíveis que são comuns ao pregador e que são perigosas, devendo ser evitadas.
- Sentir-se orgulhoso (“que bela mensagem eu preguei”);
- Sentir-se fracassado (“que mensagem horrível eu preguei! Como me saí mal!”).

13. PREGANDO A MENSAGEM
a. VOZ
A voz na entrega da mensagem deve ser natural, apenas em ritmo um pouco mais lento e em tom um pouco mais alto do que numa palestra comum. Evitar a voz gritada, tremida, artificial.
b. GESTOS
Já disse alguém: o corpo fala. Portanto é natural fazer alguns gestos. No entanto não se deve exagerar, movendo freneticamente os braços, fazer caretas, contorcer o corpo, etc. No início da mensagem não deve haver gesto nenhum e uma atitude serena, calma, digna.
c. FISIONOMIA
Nem rosto aberto em sorriso (dá idéia de leviandade), nem fisionomia fechada e carrancuda (faz lembrar ameaça).
d. APARÊNCIA
A aparência de quem fala deve ser agradável. É sábio vestir-se um pouco melhor do que a média da congregação (nem mal vestido, nem vestido com excessivo luxo numa congregação humilde).
e. RESPIRAÇÃO
O pregador deve dividir as pausas de acordo com os movimentos da respiração. A mensagem de um pregador que não sabe respirar cansa os ouvintes. Convém utilizar períodos curtos quando se fala. Período é uma série de palavras que encerram uma idéia completa e que, quando escritas, terminam com um ponto final. O ponto final equivale a uma pausa para inspirar. Evitar emendar todas as idéias da mensagem com “e”, “mas”, “porém”, etc., ou ainda, inspirar no meio de uma palavra.
f. VELOCIDADE
Não se deve falar nem muito depressa (cansa e dificulta a compreensão) e nem muito devagar, com longas pausas (fica monótono). O mais natural é variar a velocidade no falar, ou seja, falando mais rapidamente as palavras de importância secundária e mais devagar as idéias a acentuar ou destacar.
g. TOM DE VOZ
Variar o tom da voz. Deve ser mais grave nas partes sérias, solenes, tristes e mais aguda, nas partes alegres.
h. VOLUME DE VOZ
Evitar extremos: gritar ou falar muito baixo. As idéias a destacar são pronunciadas em volume de voz mais alto, para chamar a atenção do ouvinte. A aplicação da mensagem deve ser feita com voz mais alta que a explicação.
i. OLHAR
Não ficar olhando para as mãos, para a janela, para o teto, ou ficar arqueado sobre a Bíblia (a congregação instintivamente olha para onde o pregador estiver olhando, provocando distração). O pregador deve pregar voltado para o público. Jamais ficar meio de lado (como se estivesse com vergonha ou com medo). Se for um diácono ou obreiro não pregar voltado para o pastor presente, como se implorasse licença ou aprovação. O mais natural é olhar para o público de frente e, vez por outra, olhar para a Bíblia aberta no texto a pregar (que, aliás, não deve ser fechada depois da leitura).
j. NERVOSISMO
O nervosismo é natural, mesmo em pregadores experientes. O pregador deve demonstrar segurança, uma vez que traz a mensagem do Rei. Não deve ficar balbuciando desculpas ou pedindo licença para a congregação.
l. LEITURA DO TEXTO
- Saudar com a paz do Senhor
- Pedir para o povo ficar em pé (caso ainda não esteja)
- Dar a referência e esperar pacientemente o povo encontrar o texto (às vezes é bom explicar como achá-lo)
- Ler o texto de forma pausada para que todos acompanhem.
Depois da leitura o pregador pode orar ou pedir para uma pessoa orar.
m. ERROS A EVITAR
Uso de gírias, palavras e expressões vulgares;
Falar de certos pecados (Ef.: 5:11,12), nome e feitos do Adversário;
Entrar em certas doutrinas complexas e controvertidas. Expor teologia;
Cacoetes, tiques, gestos repetidos (mexer na gravata, coçar o nariz, puxar a aliança), Expressões repetidas (“né”, “glória Jesus”, “na verdade”, “na realidade”), palavras pronunciadas erradamente, enfiar a mão no bolso, etc.;
Gritar, socar o púlpito, bater o pé no chão;
Criticar igrejas e pessoas;
Falar de política, criticar o governo;
Pregação dirigida (aproveitar o púlpito para atacar alguém);
Citar nomes de pessoas, mesmo que elogiosamente. Falar muito de si mesmo;
Demonstrar cultura, deixando pouco espaço para a Palavra de Deus;
Uso de palavras difíceis (auscultar, prescípuo, canícula), expressões que ninguém entende, latinório (“ex catedra”, “errare humanum est”, “dura lex ced lex”);
Agredir a congregação, fazer acusações. Falar com raiva e com voz áspera (palavra cortante como navalha);
Usar o púlpito para defender uma interpretação particular sobre doutrina estranha à Obra;
Apresentar-se despenteado, com a barba por fazer, com roupas amassadas ou sujas. Ir ao púlpito sem paletó e gravata;
Falar de fracassos pessoais;
Demostrar emocionalismo exagerado (chorar, falar em línguas em vez de pregar, etc.);
Usar humor de mau gosto, irreverente ou fora de propósito da mensagem.

14. NOTA FINAL:
Todas as orientações aqui presentes visam ajudar os irmãos que pregam. Por si só não farão de ninguém bons pregadores. Somente será possível aprender de fato a pregar, pregando. Quanto ao resultado espiritual daquilo que se prega, somente poderá ser obtido por uma vida na presença do Senhor.

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